Empresa diz que atualmente 15 milhões de usuários brasileiros possuem o
produto gratuito no PC, e está de olho no potencial para suas versões
pagas.
O Brasil assumiu este mês a liderança entre os países com mais
usuários da versão gratuita do antivírus da companhia Avast. De acordo
com números da empresa, revelados nesta sexta em evento para a imprensa,
agora são cerca de 15 milhões de usuários free, quase a soma do total
de Estados Unidos e Rússia (terceiro e quarto mercados). A França, com
14 milhões, agora está em segundo.
Para o CEO da companhia tcheca, o americano Vince Steckler, os
principais motivos para a popularidade do produto no mercado nacional,
onde quase 70% dos internautas não paga por uma solução de segurança,
são a disponibilidade em português brasileiro, o suporte grátis em
português e o fato de o produto ser completo, sem limitações. "E não
investimos em marketing, portanto nossa adoção é na base do
'boca-a-boca", afirma.
Além disso, o país também assumiu a terceira posição entre os
mercados mais rentáveis para a companhia, atrás apenas dos EUA e da
França. É algo supreendente, visto que a versão paga só pode ser
adquirida via cartão de crédito internacional, e em dólares.
De olho nesse potencial, Steckler disse ao IDG Now!
que em junho será possível fazer o pagamento com cartão nacional, e em
reais. Com isso, ele espera dobrar o número de usuários pagos,
atualmente na casa de 400 mil - 40% dos quais são pequenas e médias
empresas. No entanto, o produto ficará mais caro na moeda nacional. "Os
custos financeiros no Brasil são colossais", reclama. "Tem taxas do
governo, dos bancos e das operadoras de cartão", aponta. No entanto,
quem possui um cartão internacional poderá continuar a comprar em dólar.
No mundo, a Avast contabilizou, ao final de 2010, mais de 154 milhões
de internautas registrados, dos quais 127 milhões ativos - que
atualizam o produto ao menos uma vez por mês, e ganha de 2 a 3 milhões
de clientes por mês. A empresa tem usuários em 234 países, e em 28 deles
há mais de 1 milhão de internautas com o software no PC. "Isso nos
torna o produto de segurança mais popular do mundo, com mais do que o
dobro do Norton", afirma o executivo. Atualmente, o software, lançado em
2002, é oferecido em 36 línguas, o que significa 97% de cobertura dos
idiomas de computadores domésticos -- 25 das traduções (localizações)
foram feitas pelos próprios consumidores.
De acordo com Steckler, o diferencial competitivo da Avast é
justamente essa enorme comunidade. Se algum desses 127 milhões de
máquinas detecta algum site ou código de malware, esse dado é enviado
automaticamente para os servidores da empresa, que recebe mais de 13 000
amostras únicas por dia. Essa informação é processada automaticamente
e, caso seja confirmada como malware, é gerada uma assinatura, que entra
na lista no próximo update. O CEO diz que o sistema dá a Avast a mesma
agilidade e precisão de produtos pagos.
"Não é porque nosso principal produto é grátis que ele não funciona
bem, é só ver os testes comparativos", argumenta o executivo.
Mas e o suporte, como fica? Steckler diz que praticamente todas as
dúvidas são resolvidas pelos próprios usuários, por meio do fórum da
empresa. Curiosamente, o usuário que possui mais postagens (54 700), é
de São Paulo - seu nickname é "Tech". Caso a dúvida não seja resolvida
por esse sistema, há o atendimento telefônico, feito por uma só pessoa.
O CEO da Avast diz que a empresa adotou o modelo "freemium" (produto
principal gratuito, extras e corporativos pagos) por absoluta
necessidade. "Não tínhamos dinheiro para um vôo global", explica. Embora
não revele números (a empresa tem capital fechado), ele garante que o
sistema tem dado certo. "Somos altamente rentáveis", garante.
Mais do que enxuta, a Avast tem apenas 150 funcionários, que
trabalham no único escritório físico da empresa, em um bairro comercial
de Praga, a capital da República Tcheca. Com isso, a companhia ostenta a
incrível marca de 1 empregado para cada 1 milhão de usuários.
Além disso, não existem produtos Avast em mídia física, apenas
online, o que elimina custos de produção e transporte, e não há venda no
varejo.
O CEO refuta as críticas sobre a falta de suporte de produtos
gratuitos. "Temos atendimento telefônico com uma pessoa que fala
português, e o número de questionamentos é mínimo em relação ao total de
usuários que temos no país", argumenta. Outro ponto que ele rebate é
sobre a velocidade de updates - em tese, menor do que a dos competidores
pagos. "Atualizamos o antivírus no mínimo seis vezes por dia, o que não
fica a dever a nenhum outro", afirma.
Para ele, também é falsa a afirmação de que atualmente os
consumidores precisam de algo além de um bom antivírus. "Para a grande
maioria dos internautas, o que nosso produto oferece é o suficiente",
afirma. Segundo o executivo, apenas pequenas empresas e usuários que
realizam um bom volume de operações de internet banking precisam de
ferramentas extras como o desktop virtual (que simula um ambiente
isolado no sistema operacional, imune a vírus que capturam a digitação e
fotografam a tela) o firewall de dupla camada e o antispam, oferecidos
na versão paga.
Para os próximos anos, as metas da Avast não são nada modestas.
"Nosso objetivo é ter a maior base de usuários domésticos gratuitos do
mundo, e tirar os pagantes das outras marcas no ambiente corporativo",
projeta o executivo.
Faça o Download Aqui!
Fonte: idgnow
Nenhum comentário:
Postar um comentário